
Universidade capixaba e a fabricante gaúcha marcaram presença em painéis e mesa redonda 12ª Conferência Internacional de Agricultura de Precisão, em Guangdong, no sudeste do país
Pelo segundo ano consecutivo, a empresa gaúcha SkyDrones Tecnologia Aviônica (de Porto Alegre) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) marcaram presença na 12ª Conferência Internacional de Agricultura de Precisão, realizada na China. A movimentação ocorreu nos últimos sábado a segunda-feira (dias 24 a 26), na cidade de Shenzhen, na província de Guangdong, no sudeste da China.
Pela SkyDrones, o empresário Ulf Bogdawa teve duas palestras. Um delas na sexta-feira – sobre soluções em sensoreamento por radar (com o case da tecnologia da Radaz embarcada nos drones Pelicano da SkyDrones). Já a segunda apresentação teve também interação entre especialistas, com Bogdawa integrando o time da mesa redonda sobre tendências mundiais nas tecnologias remotas de baixa altitude – abrangendo inovação, políticas e mercado.
: Depois e falar na sexta-feira sobre o case da Radaz e SkyDrones em sensoriamento remoto, o empresário também participou, no sábado, da mesa redonda sobre tendências em inovação, políticas e mercado para as tecnologias de baixa altitude – Fotos: divulgação
A SkyDrones (que é associada ao Sindag) ainda percorreu os espaços – confira os vídeos no final do texto – com mais de 500 empresas expositoras e cerca de 5 mil produtos à mostra. Chamando a atenção para o gigantismo da feira, destacando algumas da tecnologias apresentadas nos estandes e o tamanho dos novos equipamentos para usos também em segurança, monitoramento e diversas outras finalidades. Bogdawa também ressaltou o destaque dado à importância dos drones na pulverização aérea de lavouras no Brasil, Austrália e até em países da Europa.
À DISTÂNCIA
Já o professor Edney Leandro da Vitória, da Ufes, participou com uma palestra gravada. Onde ele compartilhou (com o público de dezenas de países) resultados de pesquisas da universidade capixaba (em parceria com outras instituições brasileiras), sobre aplicação de defensivos por drones em culturas perenes, como café, cítricos, eucalipto, banana e mamão. A apresentação teve que ser enviada porque o convite para o professor chegou tarde demais para que se cumprisse a burocracia oficial daqui (que leva cerca de três meses) para que a universidade pudesse enviá-lo à China.
PERCEIRO: pós-doutor em Tecnologia de Aplicação, Edney Vitória é também conselheiro do Congresso Cientifico da Aviação Agrícola
“Essas culturas impõem desafios técnicos importantes, como o adensamento e a variabilidade de altura do dossel. Felizmente, as técnicas de aplicação e os algoritmos utilizados no Brasil têm evoluído consideravelmente”, destacou Edney da Vitória, que é agrônomo e pós-doutor em Tecnologia de Aplicação – além de integrante do Conselho do Congresso Científico da Aviação Agrícola.
O evento também proporcionou o fortalecimento de laços da Ufes com universidades chinesas. Nesse sentido, Edney mantém contato direto com o professor Peng Xiao Cheng, da Universidade Agrícola do Sul da China, um dos coordenadores da conferência. Segundo Edney, a China se destaca pela agilidade com que transforma inovações científicas em práticas agrícolas. “A China continua a se destacar pela velocidade com que entrega a inovação à prática”, afirma.
PROGRAMA: palestra do professor da Ufes sobre pesquisa sobre aplicações de drones em culturas perenes foi apresentada no segundo dia do congresso chinês
A Ufes integra um projeto internacional de cooperação com a Universidade Agrícola do Sul da China, a Universidade de Hunan (também no sul do país asiático) e o Campus Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp, em São Paulo), que prevê pesquisas conjuntas e programas de mobilidade acadêmica. Com foco em viabilizar intercâmbios técnicos, especialmente voltados à formação de mestrandos e doutorandos.
“Nosso objetivo é envolver os alunos de doutorado em projetos com as instituições chinesas e possibilitar experiências como o doutorado sanduíche. Isso vai contribuir significativamente para o avanço da agricultura de precisão no Brasil”, reforça o professor.